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Boi De Carro

Sergio Reis

Na mangueira da fazenda do lajeado
Conheci o boi malhado, descaído como quê
Tempo de moço quando eu era candeeiro
Boi malhado era ligeiro, eu trabalhei com você.

Boi de carro hoje velho e rejeitado
Seu cangote calejado da canga que te prendeu
Boi de carro ainda eu sou teu companheiro
Eu estou velho sem dinheiro teu destino é igual ao meu.

Boi de carro sem valia foi quebrado
De puxar carga pesada costume que os patrões faz
Eu trabalhei trinta anos e estou cansado
Do lugar fui despachado diz que já não presto mais.

Boi de carro seu olhar triste parado
Ruminando, já cansado com o desprezo do patrão
Boi de carro eu também estou ruminando
Essa mágoa vou levando dos homens sem coração.

Boi de carro o seu dia está marcado
Pro corte foi negociado pra matar no fim do mês
Adeus malhado, meu sentimento é profundo
Vou andando pelo mundo esperando a minha vez!

Composição: Tinoco, Anacleto Rosas Jr





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