×

Biografia de Silveira e Barrinha

Trabalharam no campo antes da carreira artística. Nivaldo e Abílio conheceram-se em festivais da região onde nasceram e tiveram a oportunidade de cantar juntos. Enquanto Silveira ficou estudando em Conquista, Barrinha foi para Goiás ainda bem jovem e a dupla não se consolidou. Voltando para casa de trem numa das festas de fim de ano, Abílio Barra avistou seu antigo companheiro Nivaldo Pedro, que dedilhava uma viola. Nivaldo logo chamou o amigo para lhe mostrar uma composição que fizera durante a viagem de São Paulo a Goiás. Os dois começaram a cantar e logo juntou uma pequena multidão para admirar a sua arte.Nascia ali a dupla Silveira e Barrinha.

Depois de exaustivos ensaios seguiram para o Rio de Janeiro, onde se encontraram com o diretor da Continental, que os aconselhou a voltar para São Paulo. Neste período acompanharam um deputado em campanha, cantando em seus comícios. Em São Paulo dirigiram-se à sede da gravadora Continental e um incidente serviu para impulsionar sua carreira. Ao entrarem no elevador, encontram com o diretor da gravadora, que, achando muita graça de seus jeitos caipiras, pediu para que cantassem ali mesmo, na presença da cantora Marlene que estava em sua companhia. Marlene gostou e aplaudiu a apresentação da dupla.

Em março de 1955, lançaram pela Continental o primeiro disco - de um lado o rasqueado "Bugra" de Silveira, e do outro o cururu "Macho baio rompedor", de Barrinha. Um ano depois lançaram outro disco, trazendo o cururu "De São Paulo para Goiás", a música que Barrinha mostrara a Silveira no trem, e o rasqueado "Morena de 18 anos", também de Barrinha.

Trabalharam na Rádio Nacional de São Paulo no programa de Nhô Zé, apresentado pelos compositores Anacleto Rosas Jr., e Arlindo Pinto. Em 1958, lançaram a embolada "Futebol dos violeiros", de Silveira, Barrinha e Dito Mineiro, e o cururu " Senhora Aparecida", de Francisco Lacerda, Clarisse Salume e Soares Neto. No ano seguinte fizeram sucesso com "Cabocla fingida", de Silveira. Voltaram para o Rio de Janeiro e estrearam com êxito na Rádio Mayrink Veiga. Em 1959, lançaram "Linda ciganinha", de Silveira e Dito Mineiro, e "Chega de sofrer", de Barrinha. Em fins dos anos 1950, realizaram longa excursão, percorrendo quase todos os estados brasileiros, o que lhes valeu o slogan de Dupla dos 23 Estados. Em 1960, lançaram um de seus maiores sucessos, "Copo de veneno", de Silveira. Em 1961, gravaram diversas músicas tais como "Sangue e arena", de Silveira, "Sombra de mulher", de Silveira e Ado Benatti, e "Não me importo", de Barrinha. Em 1962, gravaram "A embolada do bi", em homenagem à conquista do bi campeonato mundial de futebol pela seleção brasileira. Em 1963, lançaram a moda de viola "Era atômica", de Silveira e Bené Silva.

Em 1964, a dupla se separou, indo cantar com novos parceiros. Silveira formou nova dupla com seu irmão Silveirinha e Barrinha passou a cantar com Silvério, em Goiás. Silveira e Barrinha voltaram a se juntar pouco depois, indo cantar num circo em Dracena, devido a apelos de seus fãs. Refizeram a dupla por mais oito anos. Em 1982, gravaram um último LP pela Xororó. Dois anos depois Barrinha veio a falecer e Silveira continuou gravando com Silveirinha. Silveira e Barrinha gravaram cerca de 30 discos em 78 rpm e 18 LPs, entre os quais, "Coração apaixonado", pela RCA.