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Biografia de Simone

Simone Bittencourt de Oliveira, conhecida apenas como Simone, (Salvador, 25 de dezembro de 1949) é uma cantora brasileira.

Simone
Nome completo Simone Bittencourt de Oliveira
Apelido Cigarra
Data de nascimento 25 de Dezembro de 1949 (59 anos)
Origem Salvador, Bahia
País Brasil
Gêneros Romântico, MPB, Samba, Religioso
Instrumentos voz, percussão, violão
Período em atividade 1973 -
Gravadoras Odeon, Emi, Sony, Universal, Biscoito Fino
Sítio oficial www.Simone.art.br

Biografia
Prematura de oito meses e sétima filha de uma família de nove irmãos, o pai, Otto, queria que o nome fosse Natalina, mas a mãe, Letícia, prestes a batizar a filha, mudou o nome para Simone. Até a adolescência Simone foi jogadora profissional de basquete e por isso mudou-se para São Paulo aos dezessete anos, para integrar o time da Seleção Brasileira de basquete feminino. Estudou na Fefis, em Santos, onde se formou em Educação Física; foi colega, durante o curso, do futebolista Pelé [1].


Trajetória artística
Convidada pela amiga e professora de violão, Elodir Barontini, Simone participou de um jantar na casa do então gerente de marketing da gravadora Odeon, Moacir Machado, o Môa [2]. Neste encontro, especialmente marcado para que ela mostrasse a voz, ao final veio o convite para assinar um contrato não para um mas para quatro LPs pela gravadora [3]. O primeiro, Simone, gravado em outubro de 1972, teve uma produção de baixo custo e poucos músicos, regidos pelo maestro José Briamonte. A primeira tiragem foi distribuída apenas para amigos, parentes e para o meio artístico; dez anos depois seria relançado com uma capa diferente. O lançamento ocorreu em 20 de março de 1973 (considerada a data oficial do início da carreira) em São Paulo e Simone estreou no mesmo dia num programa da TV Bandeirantes. A participação no programa Mixturação, (direção/produção de Walter Silva, TV Record, abril, 1973), também foi aguardada com expectativa e Simone apontada como um dos nomes mais promissores.

Simone participou de uma turnê internacional organizada por Hermínio Bello de Carvalho. A excursão internacional incluía no roteiro o Olympia em Paris, e o Madison Square Garden, em Nova Iorque, além de Bélgica e Canadá. A turnê originou os discos Brasil Export 73 e Festa Brasil -- ambos produzidos por Hermínio Bello de Carvalho, que ainda produziria os dois álbuns subseqüentes: Quatro paredes e Gotas d´água. Neste último a produção foi realizada em parceria com Milton Nascimento [4].

Quatro anos mais tarde (1977) teve o primeiro grande momento de sucesso com as canções Começar de novo, Face a face, Jura Secreta e O que será. Esta última foi gravada pela primeira vez em 1976 e integrou a trilha sonora do longa-metragem Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto. Em agosto do mesmo ano, ao lado de Belchior, foi aclamada pela crítica[carece de fontes?] e esgotou os ingressos no espetáculo[carece de fontes?] Seis e meia, no Teatro Teatro João Caetano.

De 16 de junho a 15 de setembro de 1978, o nome estava entre os dos artistas do Projeto Pixinguinha [5], e, ao lado de Sueli Costa, apresentou-se no Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Maceió, Recife e Brasília.

Em 30 de dezembro de 1979, apresentou o espetáculo Pedaços (Canecão), dirigido por Flávio Rangel, que incluiu a canção Pra não dizer que não falei das flores. Gravado ao vivo e lançado em disco em 1980, sob o título Simone ao vivo (primeiro disco gravado ao vivo); Simone foi a primeira artista a cantar Pra não dizer que não falei das flores após a liberação pela censura [6].

Ao final do espetáculo Delírios e Delícias clamou pelas Diretas Já; em 1989, ao lado de Marília Pêra e Cláudia Raia, declarou e apoiou o então candidato Fernando Collor de Mello.

A partir da segunda metade da década de 60(1965), em plena efervescência da contracultura e no rescaldo do pós-bossa-nova, surgiram na televisão brasileira os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record). Contemporâneos da Jovem Guarda e do Tropicalismo, os Festivais açambarcavam todos esses estilos, a bossa nova, o rock vanguardista da Jovem Guarda e o ecletismo do Tropicalistas, e ainda seria o palco de estréia de um novo e definitivo estilo, a MPB, inaugurado com a interpretação de Elis Regina, cantando Arrastão.

Simone marcaria presença, em 1979, no Festival interpretando Para Lennon & McCartney (de Márcio e Lô Borges e Fernando Brant). O especial Mulher 80, da Rede Globo, exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da ampla preponderância das vozes femininas [7], com Elis Regina, Maria Bethânia, Fafá de Belém, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Zezé Motta, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher. Em entrevista ao jornal O Pasquim [8], Elis Regina fala de Simone: (...). Elis, dessa safra toda, tem alguma que você destaque? Elis - Gosto muito da Simone. Potencialmente, vê-se nela a possibilidade de um desabrochar grande. É uma mulher bonita, seu repertório é muito bom e está muito bem assessorada pelo Flávio Rangel e pelo Nélson Ayres.

Aos trinta e dois anos tornou-se a primeira cantora a lotar sozinha um estádio [9], o Maracanãzinho, em 1981; superlotou também o Mineirinho e o ginásio da Pampulha[carece de fontes?]. No mesmo ano lançou Encontros e Despedidas. Em fevereiro de 1982 o espetáculo Canta Brasil levou ao estádio do Morumbi quinze a vinte mil pessoas por dia ]])[carece de fontes?] para assisti-la interpretando Milton Nascimento, Ary Barroso, Chico Buarque, Tom Jobim, Fernando Brant, Vítor Martins, Paulo César Pinheiro, Hermínio Bello de Carvalho, Isolda, Sueli Costa e Abel Silva. Em dezembro de 1983 parou a Quinta da Boa Vista onde uma multidão de mais de 150 mil pessoas[carece de fontes?] foram assisti-la na primeira transmissão ao vivo da história da Rede Globo para um espetáculo de final de ano. Também em 1983 dedicou o disco Delírios e Delícias a Fernanda Montenegro. A atriz retribuiu a homenagem com uma dedicatória manuscrita [10] no release do disco Desejos (1984).

De cantora elitista, passaria, a partir de meados da década de 80, com a seleção de um repertório excessivamente popular, pela fase mais obscura da carreira, enfrentando o estigma da crítica especializada que desmerecia a interpretação, arranjos e compositores escolhidos -- foi a chamada fase brega [11], que de uma maneira geral marcou os anos 80 pela exacerbação aos apelos do romantismo. A despeito disso, manteve-se como grande vendedora de discos e alcançou enorme popularidade: fosse de quem fosse a composição o toque de Midas selava um sucesso atrás do outro [12].

Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Simone integrou o grupo de intérpretes que viajou o país durante dois anos com o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados [13], para uma platéia de mais de 200 mil pessoas. Simone interpretou a canção Meu Namorado, composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história do grande amor entre um aristocrata e uma acrobata e a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de Mágoa e Seca D´Água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro [14].

Em 1989, dez anos depois de conquistar o primeiro disco de ouro, a artista figurava entre os poucos a ainda protagonizar especiais televisivos: Simone - Especial (Rede Globo) apresentou trechos do espetáculo Sedução, em cartaz no Palace (São Paulo). Dividiu o palco na apresentação de final de ano cantando ao lado de Roberto Carlos. Participou também do especial da Rede Globo, Cazuza – Uma prova de amor, interpretando ao lado de Cazuza a canção Codinome Beija-flor. Em 1991 gravou um clipe para o programa Fantástico, idealizado pelo sociólogo Betinho, intitulado Luz do Mundo, para arrecadar fundos para a reabilitação de menores.

Flávio Rangel, Jorge Fernando, José Possi Neto, Nelson Motta, Ney Matogrosso e Sandra Pêra são alguns dos nomes que assinam a direção dos espetáculos. O show Sou Eu ganhou o prêmio de melhor do ano em 1992 e originou o álbum homônimo — comemorativo dos vinte anos de carreira, que trazia regravações dos antigos sucessos entre outras canções. Em 1997 apresentou-se na casa de espetáculos carioca Metropolitan, com Brasil, O Show, dirigido por José Possi Neto, interpretando clássicos do samba (Paulinho da Viola, Adoniran Barbosa, Dorival Caymmi, Nelson Rufino, Carlinhos Santana, Elton Medeiros, Hermínio Bello de Carvalho, Toninho Geraes, David Nasser, Alcyr Pires Vermelho, George Israel, Nilo Romero, Alocin, Ary Barroso, Gonzaguinha, Mário Lago, Ataulfo Alves, Cazuza, e outros) entre outras gravações do álbum de estúdio do ano anterior, Café com leite.

Em maio de 2006, num pocket show, no cenário intimista da casa Bourbon Street, Simone e a banda levaram um repertório romântico ao público que se encantou com arranjos originais, em tom jazzístico, apresentado na capital paulista, no contexto do Projeto Credicard Vozes. Outras recentes apresentações, no Peru, foi aplaudida de pé por mais de cinco minutos[carece de fontes?]; em Miami, ao lado do parceiro Ivan Lins, obteve reconhecimento da crítica que considerou a apresentação uma das melhores dos últimos anos na Flórida[carece de fontes?].


Repertório
Na história da MPB a tradição romântica foi intensificada nos anos 80[carece de fontes?] e os temas de amor romântico e paixão, foram amplamente explorados por diversos cantores e compositores. Simone, que desde o início da carreira interpretou predominantemente canções românticas, figura dentre elas e é por isso elencada na categoria de cantora romântica [15]. O repertório abrange mais de 350 interpretações [16], um dos mais vastos e diversificados dentre as vozes femininas [17], compondo um verdadeiro mosaico de estilos. O amor romântico ou idealizado, a paixão, (Começar de Novo, Jura Secreta, Corpo, Medo de Amar nº2, Raios de luz, Lenha), o samba (O Amanhã, Disputa de Poder, Ex-amor) e a religiosidade (Cantos de Maculelê, Reis e rainhas do Maracatu, Então é Natal, Ave Maria, Jesus Cristo) são os mais recorrentes na obra.

Ao longo da infância e juventude as principais referências deste repertório romântico foram Roberto Carlos, Milton Nascimento e Maysa Matarazzo, de quem é grande fã e que grande influência exerceu na carreira, Dolores Duran, Ângela Maria e Nora Ney -- as maiores expoentes do gênero samba-canção ou fossa. O gênero, comparado ao bolero, pela exploração e exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo. O samba canção (surgido na década de 30) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 50, em 1957), com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último, herdeiro do jazz norte-americano, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas com a bossa, é o de uma cantora mais dramática e a voz é mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do samba-canção e do bolero. O declarado gosto pessoal de Simone por boleros advém desta herança musical [18]. Ao lançar o Cd Fica comigo esta noite, comentou: Bolero é bolero. Quando você tem um cara como o Luiz Conte que tem uma pegada de bolero especial, fica mais fácil. É o métier dele. Por exemplo, no show, o (Fernando) Caneca tocava guitarra, violão, viola, tudo junto. No disco, a gente tem mais tempo e pode variar mais de músicos e testar o que for melhor. No mais, eu sou a rainha do bolero. Adoro! [19].

Dos álbuns gravados depois da década de 80, uma época considerada de apelo mais popularesco, destacam-se Simone Bittencourt de Oliveira (1995), que trouxe baladas entre outros clássicos e sambas de compositores consagrados; Café com leite (1996, um tributo a Martinho da Vila); Seda pura, uma incursão ao pop (2001) e Baiana da Gema, um tributo a Ivan Lins (2004) -- trabalhos referidos como um reencontro com um repertório mais seletivo e arranjos mais apurados. Dentre estes destaca-se ainda o reputado Café com Leite, no qual interpreta Martinho da Vila com maestria, calando em alto estilo a crítica especializada, que vez por outra lhe faz reservas. Reconhecido momento de excelência, vendeu mais de 600 mil cópias, classificando-se como uma de suas maiores vendagens. O cantor e compositor Caetano Veloso figura entre os admiradores públicos deste álbum: O disco da Simone com músicas do Martinho da Vila eu acho divino, divino e ninguém disse nada... Ficou, finge que não é nada. Aquilo é divino. O repertório dele fez bem a ela -- aquele disco é de eu botar em casa, sozinho de tanto que eu gostei. Ela deu clareza àquelas composições, é lindo. E foi um projeto pensado pela gravadora de uma cantora que cantaria um autor, combinado, não sei como foi, mas é lindo, é maravilhoso o resultado. E ela é uma grande cantora, muito boa, eu adoro. Uma voz muito bonita e que faz muito bem [20].

Já como intérprete, Ivan Lins, Vitor Martins, Milton Nascimento, Fernando Brant, Paulo César Pinheiro, Gonzaguinha, Chico Buarque, Martinho da Vila, Fátima Guedes, João Bosco, Aldir Blanc, Isolda, Roberto Carlos, Hermínio Bello de Carvalho, Paulinho da Viola, Sueli Costa e Abel Silva são os compositores com maior número de interpretações na voz[carece de fontes?]. O repertório atual inclui ainda Zélia Duncan, Cássia Eller, Adriana Calcanhotto, Aldir Blanc, Joyce, Martinho da Vila, Ivan Lins, Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho.


A voz
Desde o primeiro LP gravado até os dias atuais o talento então descoberto é expressado pela espontaneidade, o dom natural, sem qualquer registro de passagem por escolas de música ou aulas de canto [21], tampouco utiliza a leitura de cifras como recurso de intelecção aos acordes. Marcada por um acentuado sotaque baiano, que o tempo nunca apagou, e um exclusivíssimo timbre [22] [23] [24] metálico de mezzo-soprano, a voz revela-se também por uma leve rouquidão com viés romântico, entrementes exaltada por um travo de emoção contida, como nos dramas românticos de Começar de novo, Jura secreta e Gota d´água. Na nomenclatura do canto o registro vocálico é de tessitura vertical mediana, contrabalançado por uma ampla horizontalidade ou versatilidade; atualmente, na maturidade, pode ser definido com o de um contralto, mais grave, que o do tenor e o do mezzo-soprano; observa-se na obra o uso do recurso do falsete, como em alguns versos do refrão de Jesus Cristo, no qual o timbre alcança um agudo para além do registro convencional. Trajetória profissional que se consolidou com um repertório eclético [25] ensejado por um alto grau de versatilidade vocal, abrangendo interpretações solo em castelhano e ao lado de nomes como Pablo Milanés, Plácido Domingo, José Carreras e Julio Iglesias. Foi por três vezes nomeada para concorrer ao Grammy Latino (em 2006, na categoria Melhor álbum de música brasileira com o Cd Baiana da Gema[26]).


Os sucessos
A presença no palco é caracterizada entre outras pelo traje branco, altura incomum e porte atlético e o gesto de abrir os braços, contemplando gestualmente algumas canções. É característica também a maneira como Simone encerra os espetáculos, distribuindo rosas brancas, para o público: As rosas são uma forma de agradecimento, é uma lembrança minha ao público. E a roupa branca já vem de muito tempo. O branco é a unificação de todas as cores e simboliza o meu mestre espiritual, que me acompanha sempre [27].

A pedido, ganhou em 1978, do amigo Bituca, Milton Nascimento, a composição que se tornou então o apelido, Cigarra, do disco homônimo lançado no mesmo ano [28]. O pedido por uma canção com o tema de cigarra partiu da própria cantora por ocasião de um evento ocorrido em Salvador, quando Simone afirma ter sido surpreendida por uma voz que repetiu três vezes a palavra cigarra direcionando-se a ela e de maneira inusitada. A letra faz alusão à famosa fábula de Esopo, A Cigarra e a Formiga:

porque você pediu uma canção para cantar, como a cigarra arrebenta de tanta luz e enche de som o ar... porque a formiga é a melhor amiga da cigarra, raízes da mesma fábula que ela arranha, tece e espalha no ar...porque ainda é inverno em nosso coração, essa canção é para cantar como a cigarra acende o verão e ilumina o ar..
Além de Cigarra, foram consagradas na voz inúmeras canções, dentre as quais: Começar de Novo, Jura Secreta, Medo de amar no. 2, O ronco da cuíca, Face a face, Cordilheiras, Bodas de Prata, Quem é você, De frente pro crime, Fantasia, Quatro paredes, Desgosto, Mar e lua, Novo tempo, Música música, Condenados, Encontros e Despedidas, A distância, Outra vez, Danadinho danado, Canta canta minha gente, Disritmia, Sangrando, Cantos do maculelê, Louvor a Chico Mendes, Será, Sou eu, Você é real, Voltei pro morro, Samba de Orly, Reis e rainhas do maracatu, Caçador de Mim, Sob medida, Maria Maria, Iolanda, Quem te viu quem te vê, Tô que tô, Tô Voltando, Gota d'água, Me deixas louca, Vida, Pão e Poesia, O Amanhã, Pra não dizer que não falei das flores, Disputa de Poder, Uma nova mulher, O que será, Loca, Procuro Olvidarte, Raios de Luz, Tudo por amor, Tudo bem, Alma, Corpo, Amor no coração, Codinome beija-flor, Ex-amor, Um Desejo só não Basta, Amor explícito, Então é Natal, Jesus Cristo, Lenha, Separação, Pedaço de mim, Desesperar jamais, Saindo de mim, Começaria tudo outra vez, Veneziana, Idade do céu, Matriz ou filial, Cofre de seda, Muito estranho, Então me diz, É Festa, Existe um céu, e outras.

Começar de Novo, do disco Pedaços (1979) [29] , foi a canção-tema do seriado Malu Mulher (Rede Globo, 1979), que abordava assuntos polêmicos na época como a emancipação feminina, divórcio, aborto e violência doméstica. A personagem Malu (Regina Duarte) foi a primeira a tomar pílula contraceptiva na TV [30]. Simone foi escolhida para interpretá-la em detrimento de Maria Bethânia, cogitada também para a interpretação, mas que recusou. Na voz, a composição, que foi escrita especialmente para o seriado, por Ivan Lins e Vítor Martins, tornou-se um grande sucesso da época e um marco na história da MPB [31].

Começar de Novo foi gravada também por Barbara Streisand e Sarah Vaughan [32]. O produtor musical norte-americano Quincy Jones figura entre os admiradores desta interpretação da cantora. Admiração que estende ao talento, mencionando-a como "uma da maiores cantoras do mundo" [33].


Parcerias
Dentre as parcerias estão nomes como Milton Nascimento, Chico Buarque, Isolda, Roberto Carlos, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, João Bosco, Ivan Lins, Gal Costa, Toquinho, Cazuza, Erasmo Carlos, Gonzaguinha, Ney Matogrosso, José Luis Rodrigues, José Carreras, Plácido Domingo, Pablo Milanes, Julio Iglesias, Luís Represas, Fátima Guedes, Grupo Olodum da Bahia, Meninas Cantoras de Petrópolis, Daniela Romo, Eugênia Melo e Castro, Dulce Pontes, Hebe Camargo, Marília Gabriela, Ângela Maria, Zélia Duncan e outros.

Oficialmente, a vendagem mínima dos álbuns é de 7,2 milhões de cópias; o número semi-oficial é de 15 milhões [34]: vinte discos de ouro, dezesseis de platina e um de diamante. Apenas com o CD 25 de dezembro, somente com canções natalinas, ultrapassou 1,2 milhão. A reedição deste CD contou com a participação especial das Meninas Cantoras de Petrópolis, na canção Ave Maria, não constante da versão original. A versão em espanhol vendeu dois milhões de cópias.

Canções que marcaram época, temas de filmes de longa-metragem, de telenovelas e seriados, além de garantir à cantora uma posição confortável nos hits de paradas das rádios, durante mais de três décadas de sucesso.