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Biografia de Spy Vs. Spy

A banda Spy v. Spy foi formada em 1981 em um dos subúrbios mais pobres da cidade de Sydney (Glebe), e acabou se tornando um dos grupos mais verdadeiros (conceituados) de toda Austrália.

Tal conquista se deve ao fato de, freqüentemente terem abordado fortes temas como o racismo, os sem tetos (letras que contestavam a sociedade – de forma direta), pois os caras acreditavam em mudanças e sonhavam com um planeta melhor para se viver.

Formado por Mike Weiley (nascido na Inglaterra), Craig Bloxom (americano) e Cliff Grigg (australiano), três pacíficos rapazes que batizaram a banda com o nome Spy v. Spy. Mais tarde tiveram que mudar para v. Spy v. Spy, pois uma revista de quadrinhos (Mad Magazine) já havia registrado o nome anteriormente.

As primeiras gravações da banda foram o single “Do What You Say”/“Table Tea and Mix” (lançado em abril de 1982) e o EP “Four Fresh Lemons” (lançado em agosto do mesmo ano).

Estes primeiros trabalhos mostraram uma forte influência de ska em sua música, estilo que despertou um certo interesse de toda uma galera que freqüentava os pubs locais, como o Sussex Hotel na época. Lugares como este formavam o famoso circuito pub, muito freqüentado por amantes da cerveja e da boa música. Gradualmente a banda foi substituindo o ska pelo “pub rock sound”, estilo apreciadíssimo no começo dos anos 80 na cidade de Sydney.

Com um pequeno impacto na cena local em 1982, o v. Spy v. Spy apresentou alguns problemas no começo de 1983, talvez o pior ano de toda sua carreira.

Para começar o baixista Craig Bloxom saiu da banda para integrar o “The Numbers in March”, banda em que ficou por apenas 6 meses. Durante este período um novo guitarrista, Marcus Phelan (ex-Numbers in March) entrou no v. Spy v. Spy. Dando continuidade aos problemas, outro membro do Spy - desta vez Weiley, ficou muito doente, tendo que ficar confinado em uma cama de um hospital por um longo período. Também durante 1983 toda a aparelhagem da banda foi roubada, e por fim o recém chegado guitarrista Phelan resolveu deixar o grupo definitivamente.

Para melhorar um pouco o cenário astral dos caras foi neste mesmo ano que conseguiram um manager de peso. Trata-se de Gary Morris (Midnight Oil). A partir de então a banda lançou um mini-álbum chamado “Meet Us Inside” (outubro de 1984) e o single “One of a Kind”/“Where are We Going?” (novembro de mesmo ano).

O primeiro álbum da banda foi “Harry’s Reasons” (março de 1986), um álbum extremamente forte, com letras que abordaram temas sociais e políticos. O título do álbum foi uma homenagem da banda a seu amigo Harry, usuário e viciado em heroína. Outra música como “Give Us Something” foi uma crítica dirigida a mídia - e “Injustice”, está dedicada a arte aborígine (muito desvalorizada pela sociedade Australiana).

Depois do lançamento do primeiro álbum seguiram 3 singles: “Injustice”/“The Wait” (agosto de 1985), “Give Us Something”/“Dangerman” (fevereiro de 1986) e “Harry's Reasons”/“All Over the World” (maio). Mais tarde o v. Spy v. Spy contribuiu com a música “Injustice” na coletânea “Burning Bridges”, lançada pela CBS em 1989.

Em 1986 a banda assinou um contrato com a WEA, onde lançaram o álbum “A.O. Mod. T.V. Ver.” em novembro daquele ano. Deste trabalho 3 novos singles foram lançados: “Don't Tear It Down”/“Go to Work”, “Sallie-Anne”/“Use Your Head” e “Credit Cards”/“The Wait”, todos lançados em 1986. A música “Don’t Tear It Down” foi escrita em protesto a demolição de prédios históricos na cidade de Sydney. Essa música acabou se tornando o primeiro hit da banda, chegando a ficar com a 11ª posição nas paradas australianas.

Recebendo disco de platina pela venda superior a 70 mil cópias, “A.O. Mod T.V. Ver.” foi destaque também entre os melhores álbuns lançados entre 1986 e 1987.

Lançado durante as comemorações do Bicentenário australiano em 1988, o quarto álbum do Spy, “Xenophobia (Why?)”, chegou em uma época oportuna. Este álbum assim como os anteriores também incluiu 3 singles: “Forget About the Working Week”/“Flares” (dezembro de 1987), “Clarity of Mind”/“Mingle'n' Mix” (maio de 1988) e “Waiting”/“Back on the Track” (agosto). Além da Austrália o álbum “Xenophobia (Why?)” foi lançado também em outros 14 países pela WEA.

No começo de 1989 o v. Spy v. Spy seguiu para a Inglaterra, onde gravaram seu quinto álbum nos estúdios da “The Manor Studio”, com o produtor Craig Leon (Ramones, Blondie, The Bangles). O álbum foi “Trash the Planet”, lançado apenas em novembro daquele ano. Segundo a crítica especializada australiana o álbum “Trash the Planet” é considerado até hoje o trabalho mais conciso e refinado do v. Spy v. Spy.

Já no final de 1991 o baterista Cliff Grigg resolveu abandonar o grupo para entrar como percussionista em uma banda chamada Mixed Relations. Para seu lugar foi convidado Mark Cuffe (ex-Ludwigs).

Depois de um ano todo afastados dos palcos o v. Spy v. Spy saiu em turnê para promover um novo álbum, a coletânea “Best of Collection, The Spy File”. Depois desta turnê promocional o Spy assinou um contrato com a Sony, por onde lançaram apenas um álbum, “Fossil”, em maio de 1993. “Fossil” originou os singles “Comes a Time” e “One Way Street”, está última um clássico da banda.

Em 1994 os membros do v. Spy v. Spy se separaram. A partir daí Bloxom e Cuffe resolveram experimentar novos instrumentos e novos músicos. Mark Cuffe (baterista) se arriscou nas guitarras e vocais. Os dois ainda recrutaram o respeitado baterista Paul Wheeler (ex-Icehouse) e formaram uma nova banda - Shock Poets.

Com o Shock Poets eles foram para os EUA para tocar em algumas casas em New York. Em uma das apresentações se encontraram com o produtor Jim Nickel que acabou produzindo o primeiro álbum do Shock Poets “Bait”, em seu estúdio em Minneapolis (local onde a banda Soul Asylum havia gravado um álbum). O lançamento de “Bait” e do single “Never Should Have Bothered You” aconteceram em novembro de 1995, época que retornaram a Austrália e iniciaram uma pequena turnê.

Não satisfeitos com os resultados obtidos através do Shock Poets eles resolveram reformular o v. Spy v. Spy em 1996, e deixar o Shock Poets de lado. Com o Spy reformulado eles partiram para uma turnê no Brasil e descobriram que eram imensamente populares. Decidiram então ficar no Brasil onde permaneceram até 1997.

De volta a Austrália eles lançaram um novo álbum, “The Honey Island Project” (abril de 1998). Este trabalho não foi bem recebido, mas mesmo assim continuaram em turnê pela Austrália promovendo o álbum.

Em 1999 o baterista Paul Wheeler (ex-Icehouse e Shock Poets) entrou para o v. Spy v. Spy. Wheeler foi apresentado a Craig por Mark Cuffe, antigo companheiro de banda no Shock Poets. Wheeler além de tudo era um grande fã do Spy, o que facilitou muito na hora dos ensaios pois conhecia bem o trabalho do grupo.

As turnês de 1999 tanto na Austrália como no Brasil tiveram a presença de Wheeler. Em sua primeira visita ao Brasil Wheeler estranhou a popularidade da banda e a quantidade de público presente aos shows.

Ainda em 1999 a Festival Records colocou no mercado uma nova coletânea do Spy chamada “Mugshot: The Best of…”. Todos os clássicos da banda como “Trash the Planet”, “Injustice” e “Don’t Tear it Down” estão presentes neste CD, que traz ainda 5 faixas inéditas.

Em janeiro de 2003 altos e baixos na banda. A baixa foi a saída do baterista Paul Wheeler, e a alta o lançamento do primeiro álbum “ao vivo” do Spy gravado no Brasil. O álbum leva o nome de “Meet Us Alive”, e contém 8 faixas bem selecionadas pelo grupo, entra elas “All Over the World”, “Trash The Planet”, “Hard Times”, “Golden Mile”, “Don’t Tear It Down”, “Working Week”, “Waiting” e “White Room”.