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Biografia de Stars Of Track And Field

A banda americana formada em Portland, Oregon apresenta canções riquíssimas em harmonia, melodias que arrepiam, mas que empolgam também, te carimbando uma passagem sem volta para uma viagem de guitarra. Fica no meio termo entre a sensibilidade para emocionar que o Sigur Rós tem e as chicotadas de cordas distorcidas do Death Cab for Cutie. Mas não pense que você vai se derramar em prantos. Não. Ela emociona pelo ajuste da rica melodia com vocais suaves e esparramados, mas é interessante como não fogem do contexto.

O trio lançou seu primeiro EP chamado You Came Here for Sunset Last Year e chamou a atenção da mídia especializada. Rádios independentes tocavam o som deles e divulgavam shows que não paravam de ser marcados (e como de costume, eu os achei na KEXP, rádio de Seattle). O bom nos EUA é como existem rádios que tocam incessantemente sons de bandas da cena da própria cidade. Isso ajuda muito bandas que estão começando, principalmente no agendamento de shows. Eles contaram com bons produtores para essa EP, como Tony Lash (já produziu Dandy Warhols e Elliot Smith) e Jeff Saltzman (que já produziu o ex-Pavement Stephen Malkmus). Um trabalho sério e que deu frutos. E o maior fruto de todos é o primeiro álbum deles, o Centuries Before Love and War que contém algumas faixas do EP. As canções novas do álbum não fogem à linha do trabalho experimental: complexas, calculadas e emocionantes.

Acredite, as batidas digitais dançam uma valsa fodida com a guitarra, formando uma atmosfera densa, formando um rock sólido, embora seja interrompido com trechos de vocal suave acompanhado de piano, como podemos notar na música ‘With You’. Se você ouvir ‘Say Hello’ e fechar os olhos durante introdução que termina com a guitarra dando uma “sapatada na sua nuca”, você vai notar a musicalidade aflorando em todos os canais possíveis. Os solos durante essa música são nostálgicos, o tempero que as batidas dão te fazem pensar: onde essa banda estava que eu não encontrei antes? O som deles também se mostra muito maduro durante canções mais calmas, como é o caso de ‘Let Ken Green’, quando os instrumentos e vocal suave, criam uma harmonia poucas vezes vista, quase hipnótica. É som para poucos.