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Biografia de Trovante

Trovante foi uma banda portuguesa, formada na década de 70 e conhecidos por êxitos como Perdidamente ou Saudade. Depois do fim do grupo, em 1991, alguns membros da banda, como Luís Represas e João Gil, seguiram carreiras de sucesso a solo e com outras bandas.

Trovante é a junção de duas palavras, Trovar e Avante, numa clara referência de orientação política. Os Trovante começou no Verão de 1976 em Sagres, quando um grupo de amigos (João Nuno Represas, Luís Represas, Manuel Faria, João Gil e Artur Costa) se juntou para fazer música. Em 1977 gravaram o seu primeiro disco Chão Nosso, com uma forte componente política e música tradicional portuguesa. No ano seguinte lançaram Em Nome da Vida, um disco que os confirmou importantes na música de intervenção.

A partir de 1980 o grupo concentrou-se mais na vertente tradicional, tendo os seus elementos estudado no Hot Clube de Portugal. Como resultado, o inédito disco Baile no Bosque foi um enorme sucesso comercial. Em plena explosão do Rock em Portugal, os Trovante sobressaíam paralelamente. Para a história ficaram Balada das Sete Saias e Outra Margem. Fernando Júdice e António José Martins entraram para a banda que passou então a ter sete elementos. Um dos pontos de viragem da carreira da banda foi o concerto do Jornal Sete, que os tornou muitíssimo mais conhecidos.

Em 1983 o álbum Cais das Colinas, com o célebre tema Saudade contou com José Salgueiro mas não com João Nuno Represas que entretanto abandonou o grupo. Em 1984 lançaram 84, um disco que contém Xácara das Bruxas Dançando e Travessa do Poço dos Negros. Nesse ano, foram escolhidos para encerrar a festa do Avante, tendo tocado para mais de 100.000 pessoas, espectáculo que, para além da música, oferecia uma "espectacular performance de lasers", uma novidade, à época. Foram a primeira grande banda a reservar o Coliseu de Lisboa durante 3 dias seguidos (todos esgotados). A um dos concertos no Coliseu dos Recreios assistiu o então presidente da República, Mário Soares.

Em 1986 surgiu Sepes que deu continuidade a espetáculos de grande sucesso.

A sombra dos Trovante tinham, entretanto, surgido outros projetos como os Charanga com o disco Aguarela e Mafalda Veiga com Pássaros do Sul, podendo até falar-se no trovantismo e no pós-trovantismo, tal a importância que o grupo adquiriu.

O álbum Terra Firme com os temas Perdidamente (letra de Florbela Espanca) e 125 Azul foi já um trabalho assumidamente pop esbatendo as referências mais tradicionais. Em 1988 a banda arriscou uma superprodução no Campo Pequeno resultando num disco ao vivo que se tornou platinado.


Em 1990 o grupo editou o seu último trabalho de estúdio Um Destes Dias com o grande êxito Timor, que foi todavia mal recebido pela crítica levando os Trovante à sua última digressão antes da dissolução definitiva. Luís Represas e João Gil foram os mais bem sucedidos nas posteriores carreiras ou, pelo menos, os que se mantiveram mais visíveis, tendo os restantes elementos optado por carreiras mais longe das luzes da ribalta.

A 12 de Maio de 1999, nas comemorações dos 25 anos da revolução de Abril de 1974, o Presidente da República Jorge Sampaio convidou os Trovante para se reunirem para um espectáculo, o qual resultou num disco duplo e numa emissão televisiva a partir do Parque das Nações.