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Labirinto

Vinicius de Moraes

Não me lembro de onde vim
E já nem sei mesmo para onde é que eu vou
Não conheço o meu caminho
Estou começando a nem saber se estou
Sou um manequim, eu sou em sem mim
Sou um manequim que a vida já despiu
Que o vento já levou

Dentro deste labirinto
Sinto crescer a minha solidão
Passam braços que me enlaçam
Mãos que roçam pela escuridão
Que será de mim?
Eu sou eu sem mim
Sou um manequim que vai sem direção
Em busca de seu fim

Ah, quem me dera coragem
Ah, quem me dera a esperança
Ah, se eu pudesse encontrar o amor
E dizer-lhe que estou ao seu inteiro dispor
De onde surgem estas luzes?
Cruzes! Que medo, são assombrações
Sombras que se arrastam lentas
E, pelos espaços, mais estranhos sons
Estou chegando ao fim, eu sou eu sem mim
Sou um manequim sozinho e sem canções
Estou chegando ao fim






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