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Guerra De Facão

Wilson Aragão

A dô do cocho é num tê ração pro gado
a dô do gado é num achá capim no pasto
a dô do pasto é num vê chuva tanto tempo
a dô do tempo é corre junto da morte
a dô da morte é num acabá com os nordestino
a dô dos nordestino é tê as pena exagerada
e aviá logo descurpa pra quem lhe piso no lombo
e lhe lascô no cururute vinte quilo de lajedo
ao invés de axotá pra cacha prego o vagabundo
que se adeitho no trono e acordou num pau-de-cebo.


Ê, ê ê boi
e boaiada ê ê boi


a dô do jegue, tadin nasceu sem chifre
a dô do cheifre é num nasce em certas gente
a dô da gente é confiá demais nos outro
a dô dos outro é que nem todo mundo é besta
a dô da besta é num pari pra ter seus filho
a dô pior de um filho é chorá e a mãe não vê
tá chegano o fim das epa vai pegá fogo no mundo
e pior que vagabundo toca música estrangeira
em vez de aproveitha o que é da gente do nordeste
vou chamá de mintiroso dizê qui é cabra da peste


Ê, ê ê boi
e boaiada ê ê boi


A dô do sol é que ele não conhece a noite
a dô do da noite é que não tem mais seresteiro
a dô do seresteiro é o medo da puliça
a dô do da puliça é tê ladrão no mundo inteiro
a dô do do mundo inteiro é que tá chegando os gringo
a dô do pió de um gringo é outro gringo do outro lado
eu num sei se tô errado mais arrisco meu parpite de acabá
com as bomba atromba , incoivará os rifle
toca fogo em toda as tenda qui é de fábrica canhão
morre muitha menas gente, se a guerra fô de facão.


Ê, ê ê boi
e boaiada ê ê boi

Composição: Wilson Aragão





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