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Os Nadas Sem Deus

Wolô

Usam de confusão com pó
No chão da multidão tão só
Mistura de orgulho e ar
Procura de barulho e bar

Despensa de milagre, céu
Doença é vinagre e fel
A massa em movimento igual
Amassa sentimento e mal

Cigarro desencontra o pão
O carro desce em contramão
Sem cristo, sem razão ou fim
No misto que faz "não" ser "sim"

Cachaça, podridão, azia
Desgraça, vida tão vazia
A cada iluminada, um breu
Um nada, no outro nada deu

Vida sem Deus
Escada com final no degrau do pó
Vai descendo de nada em nada
Até a morte, um nada maior

Se este mundo não lhe deu em nada
Ou nada que deu não dá mais
Deixe esta vida moderna, assustada
Que a vida eterna dá paz

Composição: Wolô

Composição: Wolô





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