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Azar É Festa

Zé Paulo Medeiros

Deixei de ser um quarqué
Já não como mais angu
Hoje sou um coroné
Na sou mais Jeca Tatu

Aqui hoje tem fartura
Tá sobrando inté feijão
Bebo leite sem mistura
Como carne e requijão

Meu cachrro estimado
Já deixou de ser sarnento
Tem um terno alinhado
E seu próprio apartamento

Eu lavo todo leitão
Com perfume importado
Quando ele entra no facão
Sai tocinho perfumado

Inté mesmo a galinhada
Hoje anda bem granfina
Vive toda enfeitada
Tem um galo em cada esquina

Se alguma coisa não presta
Nóis num vai nem discutir
Pra nóis o azar é festa
O que nóis qué é divertir

Composição: -





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