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As Tres Cuiabanas

Zé Ricardo

Eu nasci numa data feliz bem despois do dia dezesseis
Por eu ser um menino sem pai fui criado com o tio Juarez.
Titio era cuiabano nessa lida também me criei
Ele era criador de gado no seu regime eu acostumei
Tinha laço couro de mateiro
Não escapava uma rês no mangueiro
Eu deixava correr trinta dia por mês.

Eu viajei pra Matogrosso na comitiva de um calabres
Titio meu deu um burro pampa que atendia por nome Truquez.
Foi tirado da tropa Rio Grande outra escolha melhor não achei
Eu deixei pra mostrar minha ciência quando lá em Mato Grosso cheguei
Eu bambeei a rédea do pampa
E o laço pegou pela guampa berrava na chincha o zebu jaguanez

Tinha três mocinhas na janela, Jovilhana, Clarice e Inês
Uma delas tava me gabando, paulistinha ainda surra vocês
Cuiabano quiseram achar ruim O meu trinta na cinta eu bambiei
Pra mostrar minha ciêndia melhor por capricho o mestiço eu soltei
Ele tinha a guampa revessa e o laço escapou da cabeça
Pelas duas mãos eu lacei outra vez

O patrão me chamou lá pra dentro eu entrei com meu jeito cortez
Eu entrei no salão de visita e fiquei rodeado das três
Perguntou qual era a mais bonita veja só que apuro eu passei
Respondi todas três são iguais foi do modo que eu desapurei
A mais velha é uma flôr do campo a do meio é um cravo vermelho
A mais nova é uma rosa quando tá de vez

E na hora da despedida foi preciso falar o português
O meu coração ficou roxo ai da cor de um alho chinez
Eu deixei para dar o meu suspiro quando o porto pra cá atravessei
As meninas me escreveram carta brevemente a resposta eu mandei
Vou tomar a linha Sorocabana quero ver as três cuiabanas
Eu vou ver Jovilhana, Clarice e Inês

Composição: -





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