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Rancho De Luz

Ângelo Franco

Sentado a mesa,o mate novo,a vela acesa,o olho turvo
Ouço mil cascos em disparada
La por detras da coxilha
E um negrinho gorjeia seu sorriso
Por ter achado a tropilha

Du-te lume da vela a prece prometida
Encontre minha alma que anda perdida
A escuridão da noite ainda me tras
Espíritos que vagam sem ter paz
Aquerenciando o temor de encontrar
La fora o fogo insensato do boi-ta-ta

São índios e padres,sao negros,mulheres,soldados
Que adentram o rancho e mateiam proseando ao meu lado
Guião-se pela prece de braços abertos na cruz
Enquanto a vela aquece
Os sonhos que povoam esse rancho de luz

Indago a Cristo na parede
Se pode um mate aumentar a sede
Na chama da vela que se desfigura
Vejo o campo e nele ecos de loucura
Faiscas de adagas na morte estampada
Tempo de batalhas de morrer por nada
Murmurios engasgados em pecado e dor
Clamam ao meu lado a mão do redentor
"roque" na fogueira sem um coraçao
Toma a minha prece com estremunçao
O Aço de "latorre" vem pedir perdao
Da furia da criolla no sangue nas maos

São índios e padres,sao negros,mulheres,soldados
Que adentram o rancho mateiam proseando ao meu lado
Guiam-se pela prece aos braços abertos na cruz
Enquanto a vela aquece
Os sonhos que povoam esse rancho de luz

Composição: Ângelo Franco





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