Já cansei vou desfilar de Hayabusa 1100,
Eu vou tomar wiske e Red Bú pra ficar bem.
Usar tênis de marca da Reebook ou da Nike,
Um blusão da ecko, Rye Ban Lancaster.

E então quero do mundo a paz do meu próprio ser,
O mistério do Universo e uma razão para viver.

Pois se nem Alan Kardec me explica a realidade,
Vou apelar pro Céu, pra Alladin ou pra Bin Laden.
E então quero saber como é que vai ficar,
A bomba no meu peito o coração me faz pensar.
Em encontrar na minha vida, um amor pra eternidade,
Uma morena linda, cor de jambo, chocolate.

Que me arrase me detone que me ame eu sou ladrão!
Que me aceite como eu sou, que eu serei teu bandidão.

Pois na vida ou na morte eu não jogo com o azar,
E nem fico de vacilo, nem descuido no olhar. Que eu sou um tremendo louco
Consciente da missão, busco a paz que vale o ouro e andar bem com os irmãos.
Na favela, na quebrada o conceito é diferente, atitude e proceder sentencia muita gente.
Eu não quero acreditar que tem doido que desanda, que atravessa na conversa, vacila e não se cansa.

Mas um dia a cobrança pode chegar de repente, então o chicote estrala, perde o couro igual serpente.
É sinistra a vida é dura, é melhor ficar ligado, que o inferno é uma tortura e tem doido pra todo lado.
Que na arte da maldade sente o sangue na garganta, não tem fé , não tem saudade, só ódio e muita vingança.
É o espírito da mal, guerreiro da crueldade, usa jaquetão camurça, calça jeans, tênis da Nike.
E esconde na cintura o brinquedo de matar, fuzila e até tortura sem saber quem vai chorar.

E eu que na minha mente me senti um tremendo fraco, mas na vida se aprende um segundo em cada passo.
Quantas mil vezes errei, do inferno renasci, das cinzas sempre voltei, sem alma nunca morri.

Sobrevivi de seqüestros, de murros e coronhadas, de 12, 380, duma 9 engatilhada.
Vi um anjo do meu lado me olhando com atenção, tinha numa mão minh’alma, na outra meu coração.
Me deu forças pras pancadas, no meu olhar um vazio, senti na garganta uma faca, meu mundo ficou sombrio.

Agora escapei do abismo, com atitude de verdade, sai foi sujeito homem, nem moleque e nem covarde.
Procurado da justiça eu fui e não nego não, venci todas as barreiras com muita disposição.
Hoje ando no conceito, e só corro pelo certo, sempre no maior respeito, mesmo assim sempre esperto.
Aproveito o que me resta nesta vida de ilusão, vou seguindo o meu caminho com muita fé e paixão.
Então sigo o meu destino do jeito que eu puder, se for possível estar bem, de Hilux e chofer.
Dinheiro, conta no banco, Kawasaki e mil mulheres, apartamento de luxo, jóias, ouro , todas querem.
Um hiate e uma mansão, grana pra gastar a doidado, um bacana pra ser teu homem, e amante por todo lado.
Por isso fico lijeiro, não me engano , não me iludo!
Sou forte, nasci guerreiro, e vim pra vence no mundo.
E não pra nadar na lama, nem morrer feito um covarde,
Eu vim foi sujeito homem, um líder na malandragem...