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Estampa De Galpão

Baitaca

"Me acorda nas madrugadas
Um relincho de um cavalo
E a goela forte de um galo me faz saltar da tarimba
Busco água da caçimba
E faço um fogo de chão
E cevo meu chimarrão bem na estirpe campeira
E vou conservar a vida inteira
Minha estampa de galpão"

O canto do galo me desperta cedo
E no arvoredo canta a passarada
Um berro de touro escavando terra
E lá na mangueira berra a terneirada
Escuto na sanga o grito de um jacú
Já canta o ambú na mata cerrada
Vejo a natureza coisa tão bonita
Chega uma visita late a cachorrada

Eu sou um campeiro marcado do tempo
Curtido à fumaça de um fogo de chão
Em nossas andanças por onde passar
Vamos conservar a estampa de galpão

Sou índio nascido no chão das missões
E das tradições eu me sinto cativo
Agradeço a Deus por nascer campeiro
Sou peão galponeiro de pé no estrivo
E por ser criado no meio do campo
Eu canto e aprovo o que tenho motivo
Honro a minha estampa e nossa tradição
Não froxo o garrão enquanto eu for vivo

Eu sou um campeiro marcado do tempo
Curtido à fumaça de um fogo de chão
Em nossas andanças por onde passar
Vamos conservar a estampa de galpão

Gosto da humildade não tenho arrogância
De estância em estância meu verso se acampa
Isto é o sistema que eu trago comigo
O arroz é seco e a rapa é na tampa
Ainda eu sou do sistema antigo
Do feijão mexido e coalhada na guampa
Defendo minha pátria com garra e civismo
Nem o modernismo não muda minha estampa

Eu sou um campeiro marcado do tempo
Curtido à fumaça de um fogo de chão
Em nossas andanças por onde passar
Vamos conservar a estampa de galpão

Composição: Antonio Cesar Pereira Jacques





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