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Nas Madrugadas Campeiras

Baitaca

(Eu fui criado em galpão, c’oas melenas enfumaçada
Mateava nas madrugada, espiando a estrela boieira
Na minha terra missioneira, minha querência jesuíta
Fazendo canções bonita, nas madrugadas campeira.)

De madrugada escuto o cantar de galo
E o meu cavalo relincha na estrebaria
Escuto ao longe o s grito das curucaca
Berra uma vaca que tá procurando a cria
E o quero-quero já grita de toda goela
É o sentinela e o guardião dos potrero
Nisso eu escuto o alarido dos cachorro
Espanta o sorro que está rondando os cordeiro

De madrugada eu faço o fogo de chão
Bato o tição pra quentar minha chaleira
Enquanto escuto a passarada cantando
Sigo mateando nas madrugadas campeira

Lá fora eu escuto e madrugada meio escura
A saracura gritando no taquaral
Tanto das casas o acoo da mão pelada
E a sapaiada gritando no banhadal
Clareia o dia e os campos branco de geada
A passarada gritando no arvoredo
E eu vou vortiando um chimarrão bem topetudo
Enquanto o cuiudo vai retosando o eguedo

De madrugada eu faço o fogo de chão
Bato o tição pra quentar minha chaleira
Enquanto escuto a passarada cantando
Sigo mateando nas madrugadas campeira

Sou campesino e nasci pra ser galponeiro
Sou missioneiro criado em fundo de grota
Mateio cedo sentado num banco baixo
Um leitão guacho vem me fuçar nas minha bota
Lá tá cos cara que ecoa sobre o universo
Eu canto verso enquanto chia a chaleira
Grita a coruja na cuieira do capim
E é bem assim nas madrugadas campeira

De madrugada eu faço o fogo de chão
Bato o tição pra quentar minha chaleira
Enquanto escuto a passarada cantando
Sigo mateando nas madrugadas campeira

(Pra o taura que salta nas madrugada
Antes de sair pro serviço convida a companheira
E dança em roda do borraio mesmo, parceiro)

Composição: Baitaca





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