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Datilógrafa

Jorge Faraj



De manhã, no mesmo bonde

Você vem, não sei de onde,

Para o escritório cruel

Onde a máquina lhe espera

E você se desespera

Para dar vida ao papel.



Datilógrafa querida

Eu queria ser borracha

Pra seus erros apagar...

Datilógrafa querida

Eu queria ser patrão

Pra você não trabalhar.



Datilógrafa querida

Você tem na minha vida

Emprego de mais valor

Venha escrever, eu lhe peço

Sem erro e sem retrocesso,

A história do nosso amor.






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