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À Beira E O Mar

Jorge Portugal

Mesmo que desamanheça e o mundo possa parar,
Nem nada mais se pareça, invento outro lugar,
Faço subir à cabeça o meu poder de sonhar,
Faço que a mão obedeça o que^o coração mandar.
Mesmo que ainda que tarde não tarde por esperar,
Dou nó cego em seu remelexo e a deixo sem ar.

Rode baiana ligeira, faça, este mundo girar,
Mas estarei sempre inteiro se você despedaçar,
Você será sempre a beira e eu toda a água do mar,
Mesmo que você não queira eu quero e assim será.
No fim desta brincadeira, quando a poeira assentar,
Solto^o nó do remelexo e deixo você dançar.

Quem não deu tem que dar amor,
Quem não quer mais voltar chegou,
Quem cansou de esperar calor,
Já nadou nesse mar.

Se você quer me amar eu estou,
Se você quer chamar eu vou,
Se quiser que eu seja não sou,
Todo que me mandar....






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