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Cruel Regresso

Lourenço e Lourival

Cruel regresso


Voltei pra rever a velha fazenda
Confesso chorei ao chegar ali
Somente tristeza eu encontrei
O que lá deixei nada mais eu vi
Não vi o pomar nem a moenda
O monjolinho também sumiu
Não encontrei nada como era
Não vi a casinha no pé da serra
A estrada de terra o asfalto cobriu
.
A velha porteira também se foi
O carro de boi se acabou
Já não existe nem a paineira
Fiel companheira que meu pai plantou
O riachinho de águas claras
Hoje e corrente de poluição
Onde tinha amor hoje tem saudade
Onde era sertão hoje e cidade
A cruel maldade da evolução

O grande terreiro de secar café
Hoje ali e as ruas centrai
Grande edifício com suas garagens
Tirou as pastagens dos animais
Já não se vê campos e colinas
Nem a neblina no amanhecer
A deus saudoso tempo de criança
A deus fazenda velha aliança
Berço querido que me viu nascer

Foi o progresso que trouxe a cidade para o sertão
Nossos roceiros de calo nas mãos
Já não sabe pra onde ir
Culpado de tudo e a tal de tecnologia
Tirou-me o sonho de morrer um dia
No lugar a onde nasci.

Composição: Manoel Messias Bianchini





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