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Biografia de Luis Bandeira

Nasceu no Recife, mas foi criado em Maceió, cidade onde teve contato com os ritmos do coco e do pagode alagoano, assistindo à apresentação de cantadores cegos nas feiras.

Começou a carreira profissional no Recife. Em 1939, apresentou-se no programa "Valores desconhecidos", de Abílio de Castro, na Rádio Clube de Pernambuco. Começou a trabalhar na mesma rádio nos anos 40, com o apoio de Nelson Ferreira e Capiba, tendo obtido bastante sucesso atuando como violonista e radioator. Trabalhou como violonista na orquestra da rádio e fez parte do conjunto "Garotos da Lua", inspirado no grupo "Bando da Lua" que acompanhava Carmen Miranda, nos Estados Unidos. Em 1942, passou a atuar como cantor na orquestra de Nelson Ferreira, apresentando-se em clubes sociais e durante o carnaval. Em 1948, passou para a Rádio do Comércio, onde atuou como radioator. Em 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro. Na então capital federal, apresentou-se no Copacabana Palace, como cantor do conjunto de Moacir Silva. Posteriormente, foi contratado para trabalhar no programa semanal "Ritmos da Panair", na Rádio Nacional. Em 1951, Manezinho Araújo gravou a composição "Torei o pau", grande sucesso no carnaval. No mesmo ano compôs com Humberto Teixeira "Baião sacudido", que tornou-se grande sucesso. Em 1954, gravou "A um passo da eternidade", do filme de mesmo nome, de R. Werlls e F. Karger, com versão de Lourival Faissal, e "Diana" de L. Pollac e E. Rapee, com versão de Alberto Lopes. No mesmo ano, Carmélia Alves gravou "Cafundó" e Virgínia Lane "Marcha da pipoca" que, pela letra satírica, acabou proibida. Em 1956, gravou um de seus maiores sucessos, "Na cadência do samba", que acabaria nacionalmente consagrado como tema do jornal cinematográfico de futebol "Canal 100", de Carlos Niemeyer. No mesmo ano, gravou o baião "Forró em cafundó", composição em parceria com João do Vale, e o samba "Amor em Paris", de Ibraim Sued e Mário Jardim. Em 1957, Carmélia Alves voltou a gravar uma composição de sua autoria, o frevo-canção "É de fazer chorar". Em 1960, fez parte da Terceira Caravana Oficial da Música Popular Brasileira, conforme lei do então deputado Humberto Teixeira, visando divulgar a música brasileira no exterior. Apresentou-se com o sexteto de Radamés Gnattali nas Universidades de Coimbra, em Portugal, Oxford, na Inglaterra e Sorbonne, na França. Fez também uma apresentação na sede da Unesco. Em 1962, retornou ao Brasil. No ano seguinte, gravou o samba "Maravilha morena", em parceria com José Batista. Apesar de ter gravado baiões, frevos e outros ritmos nordestinos, seus maiores sucessos foram sambas, entre os quais "O apito no samba", que acabou por ser o tema de futebol nos cine jornais de Carlos Niemeyer. Em 1964, passou a atuar como diretor artístico da boate Sky Terrace, no Rio de Janeiro. Mais tarde, começou a trabalhar como empresário. Em 1975, gravou pelo selo Equipe um LP reunindo antigos sucessos e músicas inéditas. Em 1976, participou da produção de um disco de Luiz Gonzaga. O "Rei do baião" gravou diversas composições suas, entre as quais "Fulô da maravilha", em 1976, "Onde tu tá neném", em 1977, e "Viola de Penedo" em 1978. Em 1979, venceu o concurso musical promovido no primeiro Encontro Nacional do Frevo, o Frevança, com o frevo-canção "Linha de frente" , gravado por Claudionor Germano. No mesmo ano, suas composições "Linha de frente" e "Recife meu amor" foram incluídas no disco "O bom do carnaval", da gravadora CID. Em 1985, participou de show no Teatro Valdemar de Oliveira, juntamente com o maestro Edson Rodrigues, dentro do projeto "Encontro às segundas", no qual apresentou o conjunto de sua obra. Ainda em 1985, no VII Frevança, teve sua composição "Dina" escolhida como o melhor frevo-canção. Foi também escolhido como melhor intérprete. Como produtor, no mesmo ano, resgatando sua obra, editou o disco "Voltei Recife", pela Polydisc. Em 1991, editou "Como sempre fui - 50 anos de vida artística", pela Intuição. Nas décadas de 1980 e 90 teve diversas de suas composições gravadas por diferentes intérpretes da MPB, entre os quais Clara Nunes, que gravou "Viola de Penedo", Maria Bethânia, que gravou "O que os olhos não vêem", Alceu Valença, com "Voltei, Recife" e Elba Ramalho, com "Onde tu tá, neném". Em 1998, recebeu homenagem no Sesi, Serviço Social da Indústria, com o lançamento do CD "Luís Bandeira: sua música e seus amigos", com direção e arranjos de Edson Rodrigues. Em 2001 teve a música "Fulô da maravilha" relançada no CD "Duetos com Mestre Lua - Gonzagão e convidados", interpretada pelo grupo de forró Rastapé em dueto póstumo com Luiz Gonzaga.