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Beiço De Sola

Mano Lima




Uma égua se prendeu comigo a velhacar
Arranquei uma tela a laço, o patrão mandou surrar
Isso aconteceu numa estância que me ajustei pra domar.

Era uma cria de mouro velhaco barbaridade
De uma cabanha famosa que existe em Soledade
A fama desse aguada andava até pela cidade.

Eu disse pra minha mãe me acorde de marugada
Quero estar antes que o dia naquela estância falada
Quero ver donde vai a fama desta eguada.

Antes de sair de casa minha mãe recomendou
Meu filho não paga vale que teu pai nunca pagou
Faz um mês que está na cama de uma sova que tomou.

Tava quase destapando antes do dia surgir
Na estância eu ia chegando e o patrão de longe eu vi
Me perguntou de onde vem, pra onde te atira guri.

Eu venho vindo de longe, sou cria do sete povos
Eu tenho sangue de Vasco por isso que eu sou teimoso
Ando a procura de china e de égua que arraste o toso.

Falado:

No outro dia bem cedo, era lata madrugada
Se dava volta comigo uma ruzilha aporeada
Afiei meus talheres e roguei que Deus me ajudasse
Abri bem os meus fervidos e deixei que ela cortasse
Saiu mandando cangalha na rente da rica estância
Mas saiu batendo tão forte que levantava as quatro patas
Eu ai batendo com a mão e perguntando pro patrão
Donde você quer que eu bata.

Cantando:

Um dia deixei a estância senti saudade do rancho
Quem era xucra eu deixei manso conforme quis o patrão
E me larguei redomão levando junto a cordeona
Pra me livrar das gavionas que querem domar este peão.

Composição: Mano Lima





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