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Destino da Gente

Mano Lima

Minha mãe tava de pança e era eu que tava dentro
Um dia saí do centro pela janela de baixo
Foi logo mostrando o cacho por isso que a parteira
Já berrou de goela inteira bororé tem outro macho.

A voz de dona Percília de mão buena para o parto
Rompeu as grimpas do quarto como num toque de sino
E eu recém abrindo tino de meu pai ouvi na hora
Que o mundo que impeça agora seja bom pra o meu menino.

Me agararam pelas pernas e me deram um tapa no lombo
Que é pra não ficar calombo e o espinhaço não dobre
Só mais tarde se descobre no dia de não sei quando
Que já começa apanhando quem nasceu para ser pobre.

Muita coisa aprendi mais na vida que no estudo
E se não conheço tudo hoje sei o suficiente
Toco a vida pela frente rompendo cercas e taipas
Abrindo e fechando a gaita como o destino da gente.

Como o destino da gente abrindo e fechando a gaita
Rompendo cercas e taipa toco a vida pela frente.
Como o destino da gente abrindo e fechando a gaita
Rompendo cercas e taipa toco a vida pela frente.

Composição: Apparicio Silva Rillo





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