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Meu Pedido

Moraezinho

Eu vou fazer um pedido pra um dia quando eu morrer
Pra morar no campo santo, lá não magoa e nem dor
As minhas pilchas gaúchas, nas quais tenho tanto amor
Não é pra dar nem vender, porque não vão dar valor
Amigos quero que entendam
Que não é historia de lenda, nem conto de historiador.

Bota, bombacha e guaiaca, o chapéu, lenço e o pala
As minhas pilchas gaúchas foram meus trajes de gala;
Se eu não fizer um museu guardem num canto da sala
São coisa que pertenceu a um velho peão que se cala
Trinta e oito, cheira e faca
Bomba de ouro e alpaca e a cuia dentro da mala.

Quando eu morrer sei que volto ser terra no cemitério
Minha ir pra o céu, tudo isso é um mistério
Lá talvez seja mais peão pra o patrão buenacho e serio
Pra entrar no paraíso eu não sei qual é o critério
Minha intenção vem de berço
Quero trova em vez de terço pra alma deste gaudério.

Esse pedido que eu fiz a família compreendeu
Que depois que eu morrer atenda o pedido meu;
Mostre minhas pilchas pros netos do vovô que já morreu
E a chinoca companheira que pra mim sempre viveu
Do rancho foi a rainha
Se ela se sentir sozinha arranje um mais taura que eu.

Composição: Celmar Gomes de Moraes/Vitor Alves dos Santos





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