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Pretinho Aleijado

Tião Carreiro

Com mil e oitocentos bois, eu sai de Rancharia
Na praça de Três Lagoas, cheguei no romper do dia

O sino de uma igrejinha numa estranha melodia

Anunciava tristemente a hora da Ave-Maria

Eu entrei igreja adentro pra fazer minha oração

Assisti um quadro triste, que cortou meu coração

Um pretinho aleijado somente com um das mãos

Puxava a corda do sino, cantando triste canção


Aquela alma feliz, era um espelho a muita gente

Que tendo tudo no mundo da vida vive descrente

O meu negro coração transformou-se de repente

Ao terminar minha prece, era um homem diferente

No outro dia com a boiada sai de madrugadinha

Muitas léguas de distância, esta noticia me vinha
Um malvado desordeiro, assaltou a igrejinha

E matou o aleijadinho pra roubar tudo que tinha


O sino de Três Lagoas, vivia silenciado
E eu com meu parabelo andava atrás do malvado

Voltando nesta cidade vi o povo assustado

Diz que o sino a meia-noite sozinho tinha tocado

Quando entrei na igrejinha, uma voz pra mim falou

Jogue logo esta arma, não se torne um pecador

Tirar a vida de um cristão, compete a Nosso Senhor

Conheci a voz do pretinho, o meu ódio se acabou

Composição: Teddy Vieira





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