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Não Tá Morto Quem Peleia

Velho Milongueiro

Quando vem um temporal o céu da pago incendeia
O gaúcho bota o poncho e nem pro trovão cabrestreia
Seu chapéu de aba larga bem pachola ele tapeia
E ainda grita no mais não ta morto quem peleia.

Comprei um cavalo zaino que d emagro nem troteia
Nem com urtiga no rabo o meu zaino galopeia
Perdi pra uma tartaruga num tiro de quadra e meia
Ainda gritei de vez não tá morto quem peleia

Tomaram a terra do índio, tocaram fogo na aldeia
Mesmo sem arco e sem flecha, índio brabo é coisa feia
Em defesa do que é seu, seu sangue ferve nas veias
Por que esta terra tem dono e não tá morto quem peleia.

Dancei com a Maria Gorda, parecia uma baleia
Com cento e dezoito quilos que até o salão balanceia
E eu já com língua de fora dancei cinco horas e meia
E ela pulava e gritava não tá morto quem peleia

Fui dar um passeio na praia, pois pobre não veraneia
Vi uma prenda só de tanga se reborquiando na areia
Um velhinho de cem anos com a bengala reboleia
Disse vendo aquilo tudo: - Não tá morto quem peleia.

Composição: Arlindo Silva dos Santos/Derly Silveira da Silva





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