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Destino Carreteiro

Walther Morais

Lembro do velho Itaqui
E de mim num um simples guri num tempo lindo que se foi
Quando eu era carreteiro;
E cruzava este chão campeiro conversando com os bois
O cerrito e o coração
Engoliam léguas de chão num compasso suave e manso
E a carreta rechimando
Era um barco deslizando na coxilha de um remanso.

Era uma cruz cada canga
E o Jaguané e o Pitanga não respeitavam atoleiro;
E nessa sina aragana
Se precisar de picana eu cruzava o pago inteiro.
Perdia os dias de conta
E entre o coice e a ponta com o berro do jaguané
Bandeava rios e peraus
Caminhos Buenos e maus pra chegar no Bororé.

Se Deus um dia me visse
Eu queria que ouvisse todas as noites antes da aurora
Junto com vento pampeiros
A canção do carreteiros se espalhando estrada a fora.

Boiada do meu destino
Um pampa, um oveiro, um brasino e um jaguané aturunado
Com esses quatro irmãos guapos
Eu me sentia um farrapo num lanchão num descampado.
E assim ia campo a fora
Sentindo a canga das horas no berro triste do gado
Cantando e abrindo caminhos
Entre os cerros , os espinhos e o pastiçal dos banhados.

Composição: Jose Joao Sampaio da Silva/Valter Antonio de Souza





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