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Zaino Cinco Salsos

Walther Morais

Na vida de domador encontrei muito caborteiro
Cheio de espinho no lombo que nem ouriço cacheiro
Igual este zaino mocho maneteador e coiceiro.

Crioulo dos cinco salsos lá no fundão de Bagé
Se criou pelos banhados arisco igual caburé
Pulando cerca de pedra e deixando a indiada de a pé.

Essa vida meu irmão tem muitos encantamentos
Enquanto o zaino veiaqueava direito a um mato carrasquento
Eu escutava uma milonga bordoneada pelo vento.

Larguem no más este macho que ta com lombo que é um serro
Que hoje eu te desengane e talvez te pague o enterro
Tenho sangue de bugio mestre e sou metido a “Martin Fierro”.

Deram um tapa no focinho e foi aquele sarandeio
Abri o peito com gama como quem para um rodeio.
E o maula saiu sem rumo como cego em tiroteio.

Falado:

Quase na entrada do mato por Deus até me comovo
Larguei eu mango cabeçudo nas orelhas sem retovo.
Sai correndo lá na frente
E quando ele quis levantar eu tava montado de novo.

Cantado

Minha metade centauro agora é este zaino mocho
Que eu tirei pra meu irmão e hoje vive sem arrocho
Eu mateio no galpão, ele quebra milho no cocho.

Composição: -





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